O encerramento do IX Fórum Brasileiro de Auditoria Interna Governamental, realizado no auditório do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi marcado pela exposição de temas pertinentes à gestão de risco e à auditoria de gestão de riscos. O evento contou com cerca de 430 participantes, vindos de várias unidades da federação e representantes de aproximadamente 130 órgãos públicos federais.
Programa de integridade
O assessor especial de Controle Interno do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG), Rodrigo de Araújo Miranda, falou sobre o Programa de Integridade desenvolvido pelo órgão.
Em sua apresentação, ele compartilhou as experiências pelas quais o órgão passou e vem passando para implementar o programa, que contou com a participação de mais de cem gestores do ente público e mapeou cerca de 140 riscos potenciais na atuação de diversas áreas do ministério.
“A partir do trabalho já realizado, confeccionamos o Manual de Gestão de Integridade, riscos e controles internos da gestão, que tem a função de apresentar um conjunto de medidas institucionais para que se atinjam os resultados esperados pelo usuário dos serviços desenvolvidos pelo ministério”, explicou o palestrante.
Ainda de acordo com ele, todo esse trabalho foi baseado em quatro pilares: ambiente de integridade, gestão de integridade, riscos e controles, procedimentos de integridade e comunicação e monitoramento. “Por ser órgão parâmetro para planejamento no Poder Executivo federal, é importante que as bases do nosso trabalho sejam bem sólidas”, concluiu o assessor.
Gestão de riscos
Participante da mesa de debates ocorrida pela manhã, o auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas (TCU), Antônio Alves de Carvalho, ministrou, em sua segunda participação no evento, a palestra sobre auditoria de gestão de riscos, que seria uma complementação à atividade de consultoria.
O auditor iniciou sua palestra fazendo referência ao discurso da presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, no dia anterior, quando da abertura do evento. Na oportunidade, a ministra alertou sobre a existência de desafios que os gestores encontram ao exercer suas funções, dado o contexto de grandes demandas sociais, de baixa credibilidade das instituições e de fortes restrições orçamentárias.
Para Antônio de Carvalho, as organizações públicas precisam gerenciar riscos, identificando-os e analisando-os para, assim, “propiciar segurança razoável ao alcance de seus objetivos”.
A sua exposição focou no papel da gestão de riscos e na sua importância para a governança estatal. De acordo com o servidor do TCU, a gestão de riscos fornece segurança objetiva acerca da eficiência das atividades organizacionais e contribui para assegurar que os principais riscos do negócio sejam geridos de forma apropriada, “assegurando, assim, que os sistemas de controle interno estão atingindo seus objetivos”.
Auditoria baseada em riscos
A última palestra do fórum foi conduzida pelo também auditor do TCU Arnaldo Ribeiro Gomes, e foi uma explanação sobre a auditoria baseada em riscos.
Arnaldo explicitou o conceito dessa forma de auditar, abordagem que utiliza a avaliação de riscos para a definição do escopo, natureza, época e extensão dos procedimentos adicionais de auditoria, “que tem o propósito de reduzir o risco de emitir opinião ou conclusão inadequada às circunstâncias de trabalho, uma das maiores preocupações do auditor”.
O palestrante frisou que a auditoria baseada em riscos se aplica a todos os tipos de auditoria: financeira, operacional e de conformidade.
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